Adegueiro

sábado, janeiro 28, 2006

Repercussões das eleições na Palestina

Este "post" já era para ter sido criado após se saber que o Hamas havia ganho as eleições palestinianas, no entanto fiquei na expectativa para tentar perceber quais as repercussões imediatas deste resultado eleitoral.
Assim, em primeiro lugar convém referir que o Hamas ganha em detrimento do partido que Yasser Arafat fundou, e que foi durante todo este período o partido que sempre governou a Palestina, entenda-se Fatah.
Hamas, partido radical e fundamentalista, apoiante indefectível e responsável por muitos ataques bombistas, sobe assim ao poder e com maioria absoluta.
As primeiras reacções de todo o lado foram de precaução, no entanto com o "assentar da poeira", começa-se a vislumbrar um cenário ainda mais negro para toda a problemática associada aquela região.
A Palestina aparenta começar a cair numa guerra civil, onde as posições se estão a extremar, sendo que os apoiantes da Fatah não parecem querer aceitar a derrota e entregar o poder ao Hamas.
Por sua vez, Israel, mediante a voz da sua ministra dos negócios estrangeiros, já informou que não se encontra disponível para negociar com os terroristas do Hamas, deixando assim, um processo de paz, que apesar de muito complicado e complexo, e que após a morte de Yasser Arafat parecia ter-se reatado, com estes resultados eleitorais todo o caminho já percorrido para ter sido em vão.
Os E.U.A., pela voz do seu presidente, já veio a terreiro dizer, apesar de modo não muito directo, que não se encontra disponível para continuar a financiar a Autoridade Palestiniana, pois o Hamas encontra-se referenciado pelos E.U.A. como terroristas, e como alvos a eliminar.
Deste modo, aquela região continuará a viver sob uma tensão constante, e se até aqui o futuro não era muito risonho, a partir de agora os pontos de interrogação aumentaram exponencialmente.

sábado, janeiro 21, 2006

Presidenciais


Por motivos vários, esta semana que está a terminar não foi de modo algum simpática para mim, pelo que desde domingo não tive a mínima possibilidade de publicar um qualquer "post".
Aquilo que me leva a escrever este "post" é o facto de domingo, todos nós, portugueses, maiores de 18 anos e recenseados termos a possibilidade de exercer o nosso direito de voto, e escolhermos o próximo Presidente da República.
Seis são os candidatos que se apresentam a votos, alguns outros ainda o tentaram ser, no entanto por motivos de vária ordem, não conseguiram reunir as condições necessárias para serem aceites pelo Tribunal Constitucional.
Deste modo, aqueles que conseguiram ser aceites foram: Garcia Pereira, candidato apoiado pelo partido à qual dirige, o PCTP-MRPP; Francisco Louçã, igualmente dirigente partidário, nomeadamente do BE, e candidato apoiado pelo referido partido; Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, apoiado pelo mesmo partido; Manuel Alegre, membro histórico do PS, apresenta-se nestas eleições como independente; Mário Soares, candidato apoiado pelo PS; Cavaco Silva, apresentou-se como candidato supra-partidário, no entanto, teve o apoio dos partidos mais à direita, nomeadamente o PSD e o PP.
Depois de apresentados os candidatos, vou tentar caracterizar cada um deles, a campanha e quais as minhas previsões para domingo.
Quanto aos candidatos, Garcia Pereira, apenas em 2006 teve as suas primeiras aparições nas televisões, pelo que deste modo, não teve a possibilidade de participar nos debates que decorreram nas três televisões (RTP, SIC e TVI) estando impossibilitado de expor as suas ideias e apresentar o seu estilo de governação como putativo Presidente da República. Mas para mim, e em abono da verdade, pouco ou nada o iriam ajudar a angariar mais uns votantes, penso até que só o iriam prejudicar, pois o seu estilo fundamentalista, o discurso de uma esquerda já quase inexistente na sociedade portuguesa, não conseguiria fazer com que os portugueses se identificassem minimamente com as suas ideias. Julgo inclusive, que a sua ausência dos debates, o ajudou a conservar alguns votos, principalmente daqueles, que o identificam como o advogado de Alfredo Pequito (o indivíduo que tentou incriminar a Bayer por práticas pouco legítimas no mundo da farmacêutico), ou seja, um defensor dos desprotegidos. A sua campanha tirando um outro apontamente passou quase despercebida.
Francisco Louçã, líder dos bloquistas, fez toda a sua campanha a apregoar tudo aquilo que o caracteriza (legalização das drogas leves, liberdade de matrimónio para casais homossexuais e mais umas tantas banalidades), nada mais. Mais parecia uma campanha para umas eleições legislativas e não para umas presidenciais.
Quanto a Jerónimo de Sousa, o secretário-geral do PCP, contínua a fazer transparecer uma imagem de um indivíduo simpático, de trato fácil, com fortes ligações familiares, no entanto, contínua a viver nos anos 60/70. Não possui minimamente uma visão realista sobre aquilo que é a actualidade, tem claramente uma visão desajustada, onde ainda imagina possível organizações empresariais com centenas de trabalhadores com funções todas elas específicas, não aceitando a multidisciplinaridade, devido à redução de pessoal a que isso exige. No fundo, Jerónimo de Sousa defende organizações empresariais à imagem da função pública, dezenas de pessoas a tentarem cumprir a mesma função, com promoções automáticas, onde o mérito e as competências são claramente secundárias. Basta acrescentar, que contínua a apontar o dedo aos empresário de sucesso, como sendo estes os responsáveis pelos índices de desemprego existentes actualmente em Portugal.
Manuel Alegre, membro histórico do PS, avançou de modo inesperado para as eleições presidenciais, deixando muitos socialistas incomodados com tal posição. Os debates que efectuou não lhe correram evidentemente bem, sendo que nessa altura, e segundo as sondagens, perdeu terreno, para o seu adversário directo Mário Soares. No entanto, com o decorrer da campanha, e uma vez mais segundo sondagens, conseguiu recuperar o terreno perdido para o candidato apoiado pelo PS. Quanto a ideias estruturantes propostas por este candidato, não vislumbrei nada de relevante, apenas reti uma, que me surpreendeu pela negativa, ao afirmar que dissolveria a assembleia da república, caso a companhia das águas fosse privatizada.
Relativamente a Mário Soares, pouco há a dizer, sem ideias, apenas fazia questão de em todos os comícios acusar Cavaco Silva de algo.
Por fim, Cavaco Silva, apoiado indirectamente pelo PSD e pelo PP, tentou manter-se à margem de polémicas, evitou as trocas de acusações com os outros candidatos. Foi apresentando uma ou outra ideia de como irá governar, mas tentou-se sempre resguardar e procurou ser o mais politicamente correcto possível, pois não queria de modo algum perder qualquer parte que fosse do seu eleitorado.
Assim, foi uma campanha com pouco sumo e sem ideias.
Desta forma, domingo ficaremos a saber se Cavaco ganha à primeira volta, ou se vai ter de ir a uma segunda enfrentando com quase toda a certeza Manuel Alegre, pois, ou eu muito me engane, ou no domingo Mário Soares irá ter um resultado ridículo.
Se existir uma segunda volta, toda a esquerda concerteza irá reunir-se em torno de Manuel Alegre, tentando desesperadamente evitar a eleição de Cavaco Silva.

Nota: Este "post" apenas reflecte a opinião de um dos colaboradores do Adegueiro (Jaymz), pois este blog caracteriza-se pela liberdade de cada um expressar aquilo que considera sobre uma qualquer temática.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

MIT em Portugal


Ao que parece existe um ministro no Governo que se opõe à entrada em Portugal do MIT (Massachusetts Institute of Technology). Esse mesmo senhor queria que o IST (Instituto Superior Técnico) tivesse a exclusividade da parceria com o MIT. Como se o IST fosse a única instituição de qualidade em Portugal!
Ora bem, não será razoável pensar-se que esse Ministro se trata de Mariano Gago? Que se formou no IST e onde ainda hoje é docente?
Para quem não sabe o MIT é a melhor faculdade do mundo em engenharia e isto não deve estar a ser bem digerido pelos senhores do IST que se caracterizam pela mania da superioridade. Já agora deixo uma pergunta no ar…Não é o MIT um politécnico?

terça-feira, janeiro 17, 2006

A feira das vaidades

Vivemos num grande país!
Digam o que disserem esta é a minha opinião. Vejo as crianças livremente na rua, sem medo de pedófilos, de gatunos, de gripe das aves, de qualquer coisa. Vejo gente na rua às 4h da manhã, vejo vizinhos que se cumprimentam "simplesmente" porque vivem no mesmo bairro...vejo o verdadeiro sentido de bairro. Vejo executivos ao lado de arrumadores a tomar o seu copo depois de um dia de trabalho (mais emprego para uns, mais trabalho para outros...deixo isso à vossa consideração). Vejo centros comerciais cheios, vejo restaurantes cheios, vejo bares cheios, vejo o mercado cheio, vejo as prisões cheias, vejo as escolas cheias, vejo porque quero ver. Poderia começar a falar na pobreza,na solidão,nos deficientes, nos velhinhos, nos ciganos, no senhor padre e a sua clientela, mas não me apetece. É claro que nada é perfeito, há sempre quem esteja mal, é inseparável da condição humana. Cada um tem o seu estilo de vida, uns consomem mais, outros preferem a via alternativa, a via da esquerda, a via da direita, a via aérea...há liberdade! Que se lixem os corruptos, um dia estaremos cá para os julgar a sério. Que se lixem os políticos que apenas fazem política. Um dia cá estaremos para os julgar. Que se lixem os ranhosos que enganam o próximo como quem respira. Um dia estaremos cá para os julgar... Um dia! Esse dia pode ser já amanhã. Estão a ver aquele lixo humano ao vosso lado? Lidem com ele já, não percam tempo em queixas. Os males vêm da pouca acção. Será que mais vale reclamar baixinho e viver acertado? Quem tem de pagar fa-lo-á! O poder está nas nossas mãos. É a grandeza deste país. Vivemos relaxados, temos mais de 3 ou 4 horas para nós (em que país "desenvolvido" o podemos afirmar?). Temos a tasca com falta de higiene, mas cheia de cultura. Temos a praia, temos o campo, temos a história, temos as pessoas, temos gente linda, temos opções. Ser optimista não é crime, pois não? Sr. engravatado, vá-se lixar mais esse aperto de mão falso e sorriso hipócrita. Vamos é ser honestos. Este país é grande porque somos nós que o vamos mudar. Amanhã posso já não acreditar nestas palavras, mas talvez...ainda vamos conseguir. Morte aos chupistas! Viva a nação que somos nós, a "escumalha"! Viva o nosso bairro!

domingo, janeiro 15, 2006

Opinião

"Santana Lopes vai andar por aí. E tem vontade de fazer sangue."
João Cândido da Silva, PÚBLICO, 14-01-2006

Lamento mas não concordo na totalidade com aquilo que o sr. João Cândido da Silva diz no jornal público do dia 14-01-2006. Realmente Santana Lopes anda por aí a tentar fazer sangue, a tentar vingar-se daqueles que não estiveram do seu lado aquando da sua breve passagem pelo governo e aquando das últimas eleições legislativas.
No entanto, pelo menos partindo da última entrevista dada por dita personalidade, o único sangue que ele conseguiu fazer, foi o tiro que deu no próprio pé, ao afirmar que se Cavaco ganhar as eleições, este irá ser um foco de instabilidade.
Penso que Santana Lopes ainda não percebeu que após a sua passagem como primeiro-minstro ele encontra-se totalmente descredibilizado perante os olhos da larga maioria dos portugueses, ao contrário de outros...

sexta-feira, janeiro 13, 2006


A celebração do aniversário da maior banda nacional, que assinalou 25 anos de carreira, ocorreu nos dias 8 e 9 e Outubro no pavilhão Atlântico.
Não me vou pronunciar da festa, mas sim da edição em DVD que capturou este evento.
Poucas são as edições de concertos em DVD em alta-definição, mas este apresenta excessiva pixelização, denunciando uma deficiente captura de imagem. Não fosse o disco original e não me admiraria que o mesmo tivesse passado por uma compressão à “DVD-Shrink”.
Também muito mau é o menu. Até um amador faria muito melhor, e a musica do mesmo parece retirada de uma qualquer concentração de Tuning.
Por fim, fico algo desiludido com toda a produção e concepção deste DVD. Vale essencialmente pela música e performance dos Xutos (o mais importante).

6/10

segunda-feira, janeiro 09, 2006

De regresso à Terra


Depois do fabuloso álbum de estreia Is this it de 2001, os nova-iorquinos The Strokes conquistaram rapidamente o Mundo (em grande parte graças a Last Nite, música dos anúncios da Vodafone durante bastante tempo). Mas nem só desse single vive esse álbum, é puro rock de guitarras bem "afiadas" e de altíssima qualidade, num tempo em que o hip-hop e o nu-metal (seja lá o que fôr) proliferavam. Em 2003 lançam Room on fire, bastante mais modesto, talvez pela expectativa dos fãs e simpatizantes, talvez pela fasquia dos tempos de hoje se elevar (e baixar) rapidamente, talvez porque (aparte de 2 ou 3 músicas) não era suficientemente bom, talvez porque não se proporcionou.
Janeiro de 2006, os The Strokes lançam este First impressions of Earth, com bastante mais qualidade que o seu antecessor, com algumas músicas brilhantes (o single Juicebox é soberbo), mas com outras que mais parecem ser para encher o disco. Uma montanha russa. A qualidade não é constante, mas sem dúvida está presente. Ainda não é nenhuma confirmação dos Strokes, nem da qualidade nem da falta dela. Fica a meio caminho dos trilhos já percorridos pela banda. Por agora vale a pena ouvir.
7/10

sexta-feira, janeiro 06, 2006

The Village



Acabei de ver este filme (The Village) e confesso que o raio do filme surpreendeu-me.

Quando o filme se inicia e com o desenrolar do mesmo comecei a ficar à espera de ver mais uma mega, super produção "Hollywoodesca", com uns efeitos especiais muito bonitos e que o iriam conduzir a ser considerado mais um filme, somente mais um.

Contudo, quando o cerne do filme é posto a nu, confesso que fiquei francamente surpreendido, pois uma história que aparentemente nada tinha de extraordinário, mais uma simples idealização de Hollywood, revela-se numa história bastante original e interessante.

Um conjunto de indivíduos optar por um outro modo de vida, deixando e abdicando de muita coisa, simplesmente à procura da felicidade, da paz e da serenidade.

Gostei!!!

7/10

segunda-feira, janeiro 02, 2006

9,98€ obriga à passagem de factura

Quanto aos outros países não faço a minima ideia do que por lá se passa, se aceitam bem ou mal as varias medidas impostas pelo Estado, no entanto, Portugal é concerteza um caso sui generis.
Ao que consta o Ministério das Finanças prepara-se simplesmente para impor a obrigação aos bares e restaurantes, de estes terem de passar facturas por vendas e serviços acima dos 9,98 euros. No entanto, mal a medida é ouvida pelos visados, aqui d'el rei, mas que abuso, isto é inaceitável.
Segundo o Diario Digital, "a Associação de Restauração e Similares de Portugal (ARESP) contesta a medida que deveria entrar em vigor esta segunda-feira, e espera uma clarificação sobre a sua legalidade durante o encontro com o secretário de Estado Manuel Tomás".
No jornal da tarde (RTP1) deu uma reportagem onde é entrevistado um dono de um restaurante, em que este se mostrava totalmente indigando por tal medida.
Mas qual é a transcendência desta medida, simplesmente uma medida justissima, uma forma de o Estado tentar evitar que sejam mais uns milhares a fugir aos impostos, na minha opinião isto é algo que deveria estar implicito no acto da venda de qualquer coisa, nem deveria haver a necessidade de se encontrar legislado para se cumprir, no entanto nós por cá não, ou nos obrigam a pagar os justos impostos, ou então tudo se faz para fugir e para amealhar mais algum.