Adegueiro

domingo, fevereiro 26, 2006

Carnaval


Sou sincero, se há época que detesto e abomino, ela é o Carnaval. Normalmente só reparo que estamos no Carnaval, quando ligo a televisão e vejo uns cortejos carnavalescos portugueses altamente pindéricos, numa clara tentativa de se colarem aos brasileiros.
No entanto, para além da enorme diferença de qualidade entre ambos cortejos, os portugueses ainda são mais sui generis , isto porque eles passam-se debaixo de um frio enorme, onde muitas das senhoras que por lá desfilam, quase desnudadas, "sambam", na ânsia de tentar fazer esquecer o quase estado de hipotermia que lhes atravessa todo o corpo.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Decreto-Lei Anti-Tabaco Português


Finalmente o Governo Português aprovou um decreto-lei no sentido de regulamentar a proibição de fumar em locais públicos.
No entanto, e como eu infelizmente temia, é uma medida que fica claramente aquém daquilo que os não fumadores pretendem. Isto porque o que ficou decretado foi a proibição de fumar em todos os locais públicos de frequência obrigatória, como escolas e hospitais. Basicamente sítios onde até aqui, caso imperasse o bom senso dos fumadores, o fumo do tabaco nem se deveria ver.
Apesar de 50% dos portugueses serem favoráveis à proibição do fumo nos locais públicos, como indica o sitio sic online, o nosso Governo decidiu proteger os interesses das tabaqueiras, dos donos de cafés/bares/restaurantes e dos fumadores, ignorando uma vez mais, a saúde da larga maioria dos portugueses, ou seja, dos não fumadores.
Apesar de toda a União Europeia estar a adoptar medidas anti-tabágicas a sério, Portugal continua com medidas medrosas e avulso, onde inclusive este decreto-lei permite aos proprietários dos restaurantes decidir se proíbem ou não o fumo nos seus estabelecimentos. Penso que todos nós já sabemos qual irá ser a decisão dos donos dos referidos restaurantes...
Esperemos que daqui a uns tempos (não muito distantes), um governo que se preocupe a sério com esta problemática, tome verdadeiras e realistas medidas, até lá, salve-se quem puder...!!!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

TVI

“a TVI é a estação com mais credibilidade que existe em Portugal. Por via da sua Informação e pela aproximação à verdade.” José Eduardo Moniz in Correio da Manhã.
IMHO podemos classificar a TVI de tudo menos credível. Sensacionalista, corriqueira e parcial é assim que qualifico a informação do canal orientado por este senhor.

De qualquer forma aproveito para lançar o debate neste espaço.

Calão à Inglesa


Da Internet já esperamos tudo. À distância de meia-dúzia de clicks tudo se arranja. Hoje em dia, música, filmes e programas navegam à velocidade de um piscar de olhos. Muito lixo se arranja, muito se fala e muito se comenta. Estes Arctic Monkeys são um caso raro (por agora) do boca-a-boca que funcionou bem para todos. Sem uma grande editora por trás (agora pertencem à mesma dos Franz Ferdinand), por intermédio da net, foram sendo conhecidos, discutidos e louvados por muito boa gente. Sem videoclips na MTV(agora já os têm), sem grande tempo de emissão radiofónica, estes britânicos venderam perto de meio milhão de discos na primeira semana do lançamento deste Whatever people say I am, that's what I'm not. Contrasenso? Talvez. Muito antes do lançamento, já as músicas circulavam pela net, porquê comprar o álbum? Perguntem a quem o fez. Por mim fica só a minha opinião. É um grande disco. Vê-se emergir uma nova geração de bandas que finalmente dão uma lufada de ar fresco ao panorama rock actual. Depois do disco do ano de 2005 ser atribuído aos Arcade Fire, muito se espera para 2006. Para começar este não está nada mau. Faixa sim, faixa sim (quase), o ouvinte fica deslumbrado pelo bater de pé que não consegue evitar. É cheio de vida, de letras irónicas e acutilantes, cheias de calão e ao nível do que melhor se deseja para animar as hostes. É certo que não está perfeito, mas chega para nos prender e fazer uma pesquisa às suas origens. E para Maio estarão no Paradise Garage. Para quem possa ter dúvidas chega o single "I bet you look good on the dancefloor". Disfrutem, detestem, ignorem, mas não deixem de ouvir. Para os meus camaradas(sem qualquer conotação política) adegueiros fica este "A certain romance":
"Well over there there's friends of mine
What can I say, I've known them for a long long time
And they might overstep the line
But you just cannot get angry in the same way."
9/10

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

À sorte


Depois da gnorreia, cirrose hepática e falta de gasolina voltei às lides adegueiras!! Espero que o tasco esteja bem rançoso e com aroma alcoólico.
Muito ouvi falar deste filme, "o regresso de Woody Allen". Diz-se (à boca cheia) que Allen não faz um Bom filme desde o início dos anos 80. Discordo. Para mim fez uma comédia brilhante ao brincar aos documentários com Sweet and lowdown (Através da noite) em 1999. Este de 2005, diziam, faria jus à reputação (esvaída) do realizador de Brooklyn. A história de Match Point baseia-se num ex-tenista profissional (Jonathan Rhys-Meyers) que procura uma vida mais estável dando aulas em country clubs elitistas. Aí trava amizade com um ricalhaço(Brian Cox) que namora uma femme-fatal (a nossa amiga Scarlett Johansson). A atração é instantânea e daí se desenvolve o enredo. Entretanto casa com a irmã do amigo, facadas no matrimónio, gravidez indesejada, assassínios etc etc etc. O filme cheirou-me muito a Closer (Perto demais), daí a minha desilusão. Parece que a criatividade de Woody Allen continua muito por baixo, mas de todo apagada. É um bom filme...simplesmente. A utilidade do filme é fazer-nos pensar na sorte. Hoje em dia despreza-se muito a sorte à medida que, paradoxalmente, os cientistas provam que a nossa existência é realmente fruto do acaso e que a Teoria do Caos é a mais aproximada da realidade. Por vezes tudo o que parece é-o. Mai' nada!
6/10

terça-feira, fevereiro 14, 2006

"O Crime do Padre Amaro"


Vi o filme português "O Crime do Padre Amaro" e confesso que fiquei profundamente desiludido.
Tenho pena de nunca ter lido o livro com o mesmo nome, de Eça de Queiroz, onde este filme se baseia, apesar do realizador ter feito uma adaptação para os novos tempos, pois penso que a minha crítica seria mais fundamentada.
Assim, baseando-me apenas no filme, considero-o na globalidade como fraco. No entanto esta classificação não advém de maus actores ou algo do género, pois verdade seja dita existe um conjunto de actores com excelentes performances, podendo dar-se como exemplo Nicolau Breyner, Nuno Melo, João Lagarto, José Wallenstein. Até a própria actriz principal Soraia Chaves, apesar de esta ter sido a sua primeira participação no mundo do cinema, considero que tem uma prestação bastante razoável.
No entanto, é um filme com um elevado número de cenas de carácter sexual, onde por vezes estas balanceiam muito entre o erótico e o pornográfico, algo perfeitamente dispensável, pois este é um filme onde o assunto principal não justifica minimamente cenas tão explicitas.
Em outras partes do filme, o realizador tentou dar-lhe um aspecto "Hoolywoodesco", mas que ficou claramente aquém daquilo que é exigível a nível de qualidade cinéfila, pois certas cenas derivado talvez da escassez do orçamento, apresentam um nível que se pode classificar de amador.
Depois considero também, que a qualidade apresentada em algumas cenas é bastante fraca.
A nível de temática, e de um modo geral, é um filme que tenta abordar a promiscuidade existente no mundo da igreja.
Deste modo, não encontro explicação para que este tenha sido o filme português mais visto de sempre, pois a qualidade é algo que não abunda.

5/10

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Munich

Depois da primeira tentativa falhada, lá conseguimos o bilhete para podermos assistir à sessão do tão afamado e badalado Munich, o mais recente filme de Steven Spielberg.

Se o início preconiza o “Bem” do lado dos israelitas, o desenrolar do filme propende para um equilíbrio moral. Com a missão de assassinar os responsáveis pelos acontecimentos dos jogos Olímpicos de 1972, o desenrolar da trama revela a desintegração do grupo e onde os perseguidores passam a ser os perseguidos.

Interessante também é o conflito de identidades e mentalidades, tentando dar as perspectivas e motivações quer do lado dos palestinianos, quer do lado dos israelitas, o que constituiu uma surpresa para mim uma vez que esperava uma tendência pró-israelita.
É um filme, quanto a mim, diferente de tudo o que já vi (melancólico e violento), pelo que não se podem estabelecer quaisquer paralelismos entre Munich e outras referências cinematográficas.

Moral da história: fundamentalismo não leva a lado nenhum.

7/10

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Hipocrisia


Vejam bem a hipocrisia deste líder mundial.
Vladimir Putin convidou os líderes do movimento radical Hamas, vencedores das últimas legislações legislativas da Palestina, para estes se deslocarem à Rússia. Contudo se bem me lembro, este é o mesmo movimento que V. Putin apelidava de terrorista à uns tempos atrás.
Defendia então que se devia eliminar a qualquer custo estes movimentos terroristas, isto porque na altura, e ainda actualmente se verifica, a enorme "pedra no sapato" que os russos têm, que são os movimentos Tchetchenos, também estes considerados por Putin como terroristas, e como tal impossível de encetar qualquer tipo de diálogo/conversações.
Ou seja, se por um lado defende que não se deve negociar com movimentos radicais/extremistas (terroristas), acrescentando eu, e bem, por outro lado inicia contactos com o movimento Hamas.
Tudo isto levanta muitas dúvidas, de se saber quais os reais interesses da Rússia nestes contactos.

domingo, fevereiro 05, 2006

Pela liberdade de expressão

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Tabaco


Por vários motivos uma vez mais faço um "post" um pouco atrasado, no entanto a temática que vou abordar é daquelas que eu mais gosto de "discutir", e não queria deixar de me pronunciar sobre tal situação.
Assim, o que me leva a fazer este "post", foi ter visto uma reportagem na RTP1 sobre a feliz decisão do governo espanhol de à umas semanas atrás ter promulgado uma lei sobre a proibição de fumar em locais públicos fechados. No entanto, na altura os espanhóis não aparentavam ainda ter a real noção das repercussões desta medida, agora com o tempo surgem os críticos, ou seja os fumadores.
Fiquei totalmente atónito, quando vejo fumadores (espanhóis) muito chateados pelo facto de agora não poderem fumar nos cafés, restaurantes, etc., de dizerem ter sido uma falta de respeito do governo espanhol a promulgação de tal lei. Falta de respeito, digo eu, é o facto deles ignorarem todos os outros que se encontram em seu redor e que não pretendem fumar, nem activa nem passivamente e têm de levar com o fumo dos outros.
Nós por cá ainda nem lei temos a regulamentar tal situação, o Ministro da Saúde (Luís Filipe Pereira) do defunto governo de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes apresentou 3 possíveis propostas de lei, sendo que a rigidez das mesmas foi decaindo, até que nada ficou decidido.
O actual Ministro da Saúde (Correia de Campos), diz que se encontra a estudar a situação e a ouvir as várias partes interessadas, sendo que uma destas é associação de bares e discotecas (penso que não é preciso fazer uma grande ginástica mental para se saber qual a opinião destes). Deste modo, resultante deste vazio legal, todos os não fumadores, onde eu orgulhosamente me insiro, somos obrigados a quase diariamente inalar aquilo que não pretendemos. Somos obrigados a levar com os fumadores que insistem em "puxar" do seu cigarro em pleno restaurante, ignorando totalmente aqueles que porventura ainda se encontram a comer em seu redor. Lá teremos de continuar a sofrer com o facto de que quando vamos a um café/pastelaria/bar, e termos de levar com o fumo dos outros.
Posto isto, só posso (uma vez mais) tirar o chapéu à Espanha por se encontrar na vanguarda.