Adegueiro

sexta-feira, maio 18, 2007

Spiderman 3

Primeiro de tudo as minhas desculpas pela demora, mas os contratempos têm feito marcação cerrada.

Depois da progressão ascendente do primeiro para o segundo Spiderman, foi com alguma expectativa (esmioçada por outras circunstancias que mencionarei à frente) que me desloquei ao malfadado cinema Lusomundo no CCC. Digo malfadado porque independentemente da “província”, a qualidade (ou falta dela) não sofre alterações. Mesmo dando o desconto de não ter levado o meu instrumento com lentes para auxiliar a vista, a projecção e o som seguiam o compasso da mediocridade, isto somado com a falta de educação de alguns espectadores e lá tinha eu que me abstrair de todas estas condicionantes para puder desfrutar do filme propriamente dito.

O filme mais caro de sempre fica atrás dos seus antecessores. Sam Raimi quis finalizar a todas as deambulações do aracnídeo, leia-se histórias paralelas. Consequentemente dei por mim algo disperso, no meio dos fantásticos efeitos especiais e as variantes no enredo. Não é que estes dois factores sejam mutuamente exclusivos, nada disso, no entanto tira muita da intensidade que, por exemplo, jorra a rodos em Spiderman 2.

O ponto alto do filme é o Fato Negro e o resultado que gera em Peter Parker. Como fã da série de TV, que via religiosamente aos fins-de-semana na SIC, foi um deleite poder ver Venon em todo o seu esplendor.

Spiderman 3 é um filme tipo onda quadrado num osciloscópio. Momentos muitos bons, e outros nem por isso. De qualquer das maneiras é para mim a melhor trilogia inspirada nos heróis da Marvel.

7/10

PS: Se alguém quiser recomendar uma sala como deve ser a este migrante em Lisboa, confessar-me-ia muito grato.

quinta-feira, maio 10, 2007

Independentes

Ao fim de 33 anos de democracia, e com o natural "amadurecimento desta", começam-se a assistir a situações, talvez evoluções, interessantes no panorama político português.
Se no pós 25 de Abril, e nos anos seguintes, os partidos políticos pareciam ser instituições sólidas, e um dos pilares naturais do nosso regime político, os últimos tempos têm vindo a demonstrar que essa situação não parece ser um dado tão adquirido quanto se supunha.
De uma forma esporádica, e pouco evidente, em certas Juntas de Freguesia, e em uma ou outra Câmara menos influente, em anos transactos, já se tinham verificado candidaturas independentes, ou seja, um grupo de pessoas, liberta de qualquer partido político, proponha-se à sua governação. No entanto, nas últimas eleições autárquicas, pelos menos três candidatos (Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro e Isaltino Morais), socorrendo-se do seu carisma e do seu prestígio local, já haviam conseguido ser eleitos contra os candidatos dos sempre poderosos partidos políticos.
Mas no entanto, as últimas eleições Presidenciais, haviam sido até ao momento o ponto mais alto desta aparente nova configuração na democracia portuguesa, nomeadamente, Manuel Alegre, filiado no PS e deputado eleito pelo mesmo partido político, decidiu avançar com uma candidatura independente, liberto de qualquer estratégia partidária, tendo conseguido quedar-se pelo 2º lugar, ficando inclusive à frente do candidato do PS (Mário Soares).
Mas os últimos desenvolvimentos, associados à queda da governação Social-Democrata na Câmara Municipal de Lisboa, parecem indicar que aquilo que eram situações esporádicas no passado, poderão vir a tornar-se mais vulgares do que aquilo que à uns anos atrás se podia imaginar. Isto porque, uma vez mais alguém (Helena Roseta), decide desvincular-se do seu partido e juntamente com um movimento de cidadãos, lançar-se de modo independente a umas eleições, neste caso em particular, à autarquia de Lisboa.
Se se percebe o porquê de Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro e Isaltino Morais se terem candidato de forma independente, a mesma conclusão, de modo algum, pode ser retirada nestas duas últimas candidaturas, Manuel Alegre e Helena Roseta, pois são duas personalidades com elevado nível de respeito, e acima de qualquer suspeita. Deste modo, será interessante, os partidos começarem a reflectir sobre aquilo que ao longo de 33 anos fizeram e a forma como têm actuado, e se devem continuar a apostar na lógica do "aparelhismo" medíocre.