Adegueiro

quinta-feira, agosto 30, 2007

China, que futuro?


Os últimos anos têm mostrado uma China, como potência mundial a nível comercial. Este aspecto, agudizou-se desde que a Organização Mundial do Comércio, aceitou este país como seu membro efectivo.
Profundas alterações a nível comercial já se fizeram sentir, nomeadamente na área têxtil, calçado, entre outros, pois países como Portugal, Espanha, França e Inglaterra, viram-se incapazes de lutar com os preços praticados pela China, nestas áreas comerciais.
No entanto, outras são já as áreas em que a China se vai assumindo como grande exportador, contudo, este grande volume de produção industrial, está alicerçada em trabalhadores mal qualificados, mal formados, sem condições mínimas de segurança, saúde e higiene no trabalho. Deste modo, todos estes aspectos, sem surpresa só poderiam dar origem a produtos em que a qualidade a variadíssimos níveis rareia.
Um último estudo publicado pela revista "L`Expansion" vem reafirmar a tal falta de qualidade de produtos produzidos na China, mas desta feita relativamente à área alimentar, isto porque ficou provado que alguns alimentos apresentam reais riscos para a saúde do consumidor, pois foram encontrados corantes proibidos em molhos e bolos de arroz, fungos cancerígenos em frutos secos, resíduos de antibióticos em frascos de mel e vestígios de mercúrio em enguias, além das massas com componentes geneticamente modificados.
Para além dos alimentos em particular, os utensílios de cozinha provenientes da China também são insalubres, por alegadamente conterem vestígios de níquel, de manganês ou de crómio susceptíveis de contaminar os alimentos.
Gilles Martin, proprietário do laboratório Eurofins, a funcionar na China, citado no referido estudo, considera que estes problemas se devem a uma «inacreditável falta de formação e de educação sobre os perigos de contaminação e sobre as boas práticas a adoptar para garantir a segurança dos consumidores».
Apesar de todos estes dados, leio que Portugal gastou uma média mensal de 156,6 milhões de dólares (114,81 milhões de euros) em importações da China na primeira metade do ano, não vendendo à China nem metade desse valor, demonstram dados que o governo chinês hoje adiantou.
Tudo isto deveria dar que pensar, a todas aquelas empresas que recorrem a estes produtos no sentido de conseguirem margens de lucro superiores, e em particular ao consumidor final, se vale a pena poupar meia dúzia de euros na altura de comprar.
Posto isto interrogo-me se valerá a pena continuar a investir na aquisição de produtos dali provenientes e se a China se assumirá de forma inequívoca como plataforma mundial de produção e exportação comercial.