Adegueiro

quinta-feira, março 27, 2008

Control

"Control", realizado pelo aclamado fotógrafo Anton Corbijn, conta a história de Ian Curtis, líder e vocalista dos míticos Joy Division, até ao momento do seu trágico suicídio. Este filme é inspirado no livro da viúva de Ian Curtis, "Touching From A Distance".
Acima de tudo, é um filme muitíssimo bem conseguido, desde o ritmo que lhe foi imprimido, até ao facto de ser a preto e branco, torna possível com que nos sintamos a viver na década de 70, e a sentir tudo aquilo que está a ser transmitido.
Há dois aspectos em particular que eu destaco, pois são algo de indiscritíveis, por um lado o desempenho do actor principal, Sam Riley, que faz de Ian Curtis, simplesmente fantástico, e por outro lado a fotografia do filme, que é algo de genial, cada plano apresenta uma qualidade única e requintada.
De uma forma simples, o filme resume-se às relações, entre Ian e a sua mulher, e a presença de uma amante, o surgimento da epilepsia e a forma como (não) foi possível lidar com ela, e o caminho para a glória e para o estrelato e o medo de enfrentar esta realidade.
Termino apenas referindo que aconselho vivamente este filme, e indicando uma expressão que surge no filme, e que na minha opinião sintetiza muito bem, a vida pessoal de Ian Curtis, "a luta entre o coração e a consciência do homem".

8/10

terça-feira, março 25, 2008

Vicious Five + Linda Martini







Tal como em post's anteriores, uma vez mais apresento, bandas portuguesas de qualidade. Desta feita não em formato videoclip, pois estes são dois fresquíssimos singles, ainda sem vídeo, somente no formato áudio.
Não se pode dizer que estas duas bandas, Vicious Five e Linda Martini, sejam projectos completamente desconhecidos do grande público, dado que os primeiros álbuns trouxeram-lhes visibilidade, e algum reconhecimento. Não foi com certeza o reconhecimento desejado, mas o possível atendendo ao país em que nos encontramos.
São duas bandas, com estilos completamente diferentes, mas têm um ponto em comum, a qualidade que lhes é realisticamente apontada.

segunda-feira, março 24, 2008

La vie en rose

O filme "La vie en rose" retrata o percurso de vida, desde a infância até à morte, de uma das figuras maiores da cultura francesa, Edith Piaf.
Assim, o filme, mostra-nos o percurso extraordinário, de alguém que nasceu na completa pobreza, e que graças à sua portentosa capacidade de cantar, conseguiu chegar ás luzes da ribalta de Nova Iorque. Este trajecto de vida, é-nos apresentado por Olivier Dahan (realizador), recorrendo a um ziguezague temporal, ou seja, o filme vai oscilando entre a infância e a idade adulta. Creio no entanto, que este conceito não funcionou de um modo tão correcto quanto desejável, pois certas oscilações, provocam uma certa confusão sobre a situação que se pretende relatar e a sua contextualização temporal.
Quanto à história de vida de Edith Piaf, somos confrontados com alguém que vivia num constante conflito interno, que girava entre a tristeza e a alegria, alguém que porventura derivado da sua problemática e difícil infância, era possuidora de uma certa fragilidade emocional, mas era igualmente uma pessoa que tudo fez para vencer e triunfar no seu mundo da música, tendo no entanto esta ascensão, tornado Edith Piaf dependente do álcool e da morfina.
Apesar de não ser um filme de eleição, merece ser visto, essencialmente por dois motivos, por um lado para se conhecer este tortuoso e triunfante percurso de vida, e por outro lado pela grande prestação da actriz principal (Marion Cotillard) que faz de Edith Piaf.

7/10

sexta-feira, março 21, 2008

Tibete

Apesar de toda a repressão chinesa, uma vez mais, a resistência tibetana volta a mostrar sinais de que existe, e que não se subjugará facilmente ao domínio chinês.
Obviamente que a resposta chinesa a esta sublevação popular não se fez esperar, centenas de tropas foram destacadas para "repor a ordem pública" e para prender os "rebeldes". Esta é a declaração oficial da China, mas o que se realmente sucede, é mais um banho de sangue e prisões indiscriminadas para aqueles que não seguem o pensamento do governo chinês. Como é óbvio, a China desmente, mas caso esta não fosse a realidade, não teria havido necessidade desta expulsar todos os jornalistas internacionais, assim como, ter bloqueado o site youtube, dado estarem a serem aqui divulgados vídeos daquilo que realmente sucede no Tibete.
A comunidade internacional por seu turno, contínua impávida e serena a assistir aos desenvolvimentos, pois para azar dos tibetanos, o povo agressor é a China, pois caso fosse um outro país, já haveria sanções económicas, porventura boicote aos Jogos Olímpicos, e quem sabe que mais.
Deste modo, e infelizmente, continuarão os atropelos e o esmagar dos direitos humanos ao povo tibetano assim como fica bem patente que a hipocrisia continua bem presente no mundo político internacional.

sábado, março 15, 2008

Ghosts I - IV

No seguimento do alvoroço causado por Radiohead com o lançamento online de In Rainbows, surge agora Ghosts dos NIN, disponibilizado no site da banda, assente no entanto num molde muito mais refinado - mesmo ao estilo do génio Trent Reznor.

A começar pelo formato escolhido: FLAC (compressão sem perdas) para não deixar mácula na meticulosa produção, passando pelo artwork ímpar, ilustrado por um documento em PDF com fotografias brilhantes, que pretendem retratar o processo de gravação e o conceito de Ghosts.

Passando para a música propriamente dita, são 36 faixas de curta duração, instrumentais que tentam espelhar vários cenários e texturas “a soundtrack for daydreams” nas palavras de Trent, ideal para os dias de chuva mais relaxados, ou então como banda sonora num qualquer dia de trabalho. Ghosts não é de fácil audição, assim o é com todos os albuns de NIN, mas mais uma vez merece os meus aplausos para o notável esforço de Trent, na tentativa de inovar neste mundo recalcado.

8/10

quarta-feira, março 05, 2008

Rambo IV

Alguém como eu, que cresceu a ver os filmes do Rambo, tendo visto quase 100 vezes o terceiro, era óbvio, que aguardava com relativa expectativa o último dos filmes, "Rambo IV". Mas, algo me dizia que este seria somente uma forma de alguém conseguir ganhar umas "coroas" com o passado, aproveitando-se da personagem.
Infelizmente, o meu presságio confirmou-se, pois Rambo IV, é simplesmente um filme muitíssimo mau.
Em termos teóricos, creio que a ideia inicial talvez fosse positiva, explorar um John Rambo já reformado, retirado, com ar "pesado" da idade, mas com a sua longa experiência de teatros de guerra. No entanto, o transporte desta ideia para a prática simplesmente não funcionou, porque o enredo é paupérrimo.
De uma forma genérica, o filme gira em redor de John Rambo salvar um grupo humanitário das mãos do exército birmanês, sendo que toda esta história foi conseguida com o auxílio de doses elevadas de sangue, podendo-se dar como exemplo, uma parte (ridícula) do filme, em que o realizador conseguiu colocar John Rambo em cima de um jipe, agarrado a uma arma automática, a dizimar por completo o exército birmanês, jorrando litros de sangue pelo ar.
Concluindo, este é simplesmente um filme vazio, sem história, sem brilho, onde apenas existe uma dose excessiva de guerra e violência.

4/10