Adegueiro

sexta-feira, junho 27, 2008

[Rec]


E quem disse que o formato do original Blair Witch Project estava mais que batido? Vencedor do Grande Prémio para Melhor Filme do Fantasporto 2008, este filme Catalão é realizado por Jaume Balagueró e Paco Plaza.
A história começa com uma rotineira gravação de um programa nocturno de uma TV local que acompanha a vida de quem trabalha enquanto a maioria da população dorme. Desta vez a jornalista Ángela (Manuela Velasco) e o seu operador de câmera Pablo (voz de Pep Sais) tratam de acompanhar uma corporação de bombeiros na sua rotina nocturna. Uma chamada aparentemente normal com o propósito de abrir uma porta de onde se ouvem gritos de uma já habitual idosa histérica torna-se numa sessão imparável de horror para os habitantes do antigo prédio do centro de Barcelona.
Sem as perversões Hollywoodescas de sons e música que vão crescendo de tom e nos tiram toda a surpresa, este filme prendo-nos efectivamente ao ecrâ e provoca finalmente uns sustos à antiga, tornando-se um fenómeno pessoal parecido com medo. Eu que sempre fui grande adepto de filmes de terror, já há muitos anos que não era assim surpreendido. Ah, e não se espantem se no fim de contas a culpa fôr Portuguesa!
Pelo que andei a vasculhar, já está na calha a adaptação ao cinema americano. Fica ao vosso critério se augurará algo de bom.

8,5/10

quarta-feira, junho 25, 2008

O Eco-Acontecimento


O regresso de M. "Night" Shyamalan é considerado o bater no fundo deste (outrora considerado) prodígio do cinema. Depois de êxitos (nem que seja de bilheteira) como "The Sixth Sense", "Unbreakable", "Signs" e "The Village", em que além de realizar também escreveu e produziu, veio a desilusão de "Lady in the Water" e agora este "The Happening".
Este eco-argumento está bem idealizado, mas falta-lhe a substância para o transformar num verdadeiro filme. Assistir a este acontecimento lembrou-me aquelas séries e mini-séries da BBC em que se faz a possível reconstituição de como seria no tempo dos dinossauros e como será com as novas espécies no Futuro. E se? E se as plantas, conhecido o seu poder de adaptação e de defesa excepcional se "revoltassem" contra a maior ameaça que defrontam na actualidade, o ser humano? Não de uma maneira cataclítica, mas com a mais "básica" adaptação Lamarckista, libertar um químico que bloqueia o nosso sistema de autopreservação, levando os humanos a simplesmente suicidarem-se. Ah, e as plantas comunicam umas com as outras. Ok, a ideia está engraçada, mas quando pelo meio se mete uma história de amor entre um casal cuja relação parece arrefecer, quando essa história de amor culmina num cliché altamente redondo no fim do filme, então o caldo está entornado.
Também admito que tem algumas cenas impressionantes que não ficam atrás de muitos filmes supostamente de terror...já agora, este filme nos EUA levou um R (proibido a menores de 17 não acompanhados por adultos), aqui é para maiores de 12... E porque não, na TV há coisas bastantes piores!

5,5/10

sexta-feira, junho 06, 2008

A incerteza do futuro

As ondas de choque criadas pela actual crise petrolífera estão a ser sentidas por toda a Europa e EUA, e na minha opinião, estas, ainda são só as pequenas, porque a grande turbulência ainda está para chegar.
O que é mais incrível, é que apesar de os especialistas considerarem que esta crise é essencialmente suportada pela especulação, é óbvio que os principais países exportadores de petróleo estão amplamente satisfeitos com esta situação. Eles continuam calmamente sentados a assistir aos novos máximos atingidos diariamente pelo preço do barril de petróleo, pois os lucros daí provenientes são sempre em crescendo.
No meio de tudo isto, o que é mais bizarro, é que países como o Irão e a Venezuela, ambos inimigos dos EUA e Europa, excepção feita a Portugal no que diz respeito à Venezuela, pois aparentemente Chavez e Sócrates são grandes amigos, conseguem criar enormes convulsões económicas e sociais a estes dois grandes blocos, sem dispararem uma única bala.
Através da "simples" manipulação do mercado petrolífero, EUA e Europa tremem e temem pelo futuro que se aproxima, pois estando aparentemente impossibilitados de mexerem nos impostos sobre os combustíveis, estes não pararão de aumentar, criando deste modo, uma espessa nuvem negra sobre a toda a economia, e uma incerteza atroz sobre os desenvolvimentos futuros.