Adegueiro

quinta-feira, outubro 12, 2006

Estado Social? Qual Estado Social?


Leio isto aqui, «Trabalhar até morrer, isto assim não pode ser» é a frase gritada a plenos pulmões por 80 mil pessoas que aderiram ao protesto geral convocado pela CGTP-IN, e a ideia que de imediato me assalta, é que é óbvio que a população em geral ainda não conseguiu interiorizar e compreender de que o Estado Social é algo que há muito está falido.
O SuperEstado, aquele que tudo apoia e suporta, é algo impossível de se mantido e sustentado. Durante largos governos, no nosso Portugal, talvez por medo de quem liderava, foi-se alimentando a ideia de que o Estado Social ainda era algo viável, mas como é óbvio, havia de surgir uma altura em que ter-se-iam de dar os primeiros passos rumo a uma inversão desta concepção.
Com algum arrojo, verdade seja dito, este governo socialista adoptou uma faceta reformista, tendo tocado em aspectos cruciais para a sustentabilidade do País, mas colocando obviamente em causa o tão famigerado Estado Social. Assim, e como medidas mais sonantes e obviamente impopulares surgem o alargamento da idade da reforma, o aumento das taxas moderadoras na saúde, a obrigatoriedade do pagamento de uma taxa quando alguém está internado ou é alvo de uma cirurgia, a diminuição na comparticipação aos utentes do sistema ADSE, o tempo e o valor do subsidio de desemprego ser proporcional aos anos de desconto, entre outras tantas medidas que entretanto foram tomadas.
Está claro, que não haverá ninguém que goste destas medidas, pois mexem com o bolso de todos nós, mas se entretanto nada fosse feito o futuro do nosso País de risonho teria muito pouco.

1 Comentários:

  • Esta problemática tem tanto de polémico como de complexo. Tornou-se óbvia a insustentabilidade do chamado "Estado-social", mas ao mesmo tempo ninguém (como é óbvio) quer perder regalias sociais (que até agora tinha vindo a contribuir para elas como os antes dele e que agora delas usufruem). Problemas agravados pelo aumento da esperança média de vida, no entanto um aumento não proporcional à capacidade de produtividade nos últimos anos de vida. Sim temos mais idosos e até maior idade, mas sem qualquer capacidade produtiva. A não ser que se exterminem os velhotes uma reforma social ainda mais complexa terá de ser feita. O que não passa necessariamente por perda de benefícios sociais. Tem é de se encontrar outra maneira de arranjar dinheiro para esses benefícios. Não se esqueçam por exemplo que o sistema Americano não é (de todo) isento de falhas.

    Por Anonymous Anónimo, Às 12:55 da tarde  

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