Adegueiro

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Arma de destruição maciça


Este post surge um pouco atrasado, mas nesta altura, tempo é algo que rareia para os meus lados, mas antes tarde do que nunca.
Era para escrever sobre as célebres faltas dos deputados da Assembleia da República na sexta-feira que antecedeu um fim-de-semana prolongada, mas para além das ridículas faltas, ainda mais patético e insultuoso para os verdadeiros trabalhadores, foram as declarações de outros deputados a tentarem defender o indefensável. Então abstenho-me de tecer comentários, pois toda a situação espelha quem nos representa ou o deveria fazer na Assembleia da República.
Assim, falo de um assunto bem mais sério, mas igualmente vergonhoso, desta feita para toda a comunidade internacional. Essa arma de destruição em massa, dando pelo nome de Robert Mugabe, e infelizmente ainda actual presidente do Zimbabué, apesar de todas as falsificações e intimidações que existiram nas últimas eleições.
Nas últimas semanas, apesar da enorme epidemia de cólera que grassa por todo o país, originando uma fuga em massa da população para os países vizinhos, nomeadamente Moçambique, e a morte de milhares de zimbabueanos, este facínora tem o descaramento de discursar dizendo que a situação está completamente controlada, e que estas notícias apenas surgem pois têm por detrás a mão dos ingleses.
Num país onde deixou de haver água canalizada por falta de electricidade, num país onde as grandes plantações agrícolas que existiam e que eram geridas pelos ingleses dos tempos da antiga Rodésia, e que faziam do Zimbabué um país com um bom desenvolvimento, está actualmente na completa ruína e com uma das inflações mais altas de todo o Mundo.
Assim, e ao ponto a que eu quero chegar é, será que a ONU ou a comunidade internacional, não deveria tomar uma medida dura no sentido de obrigar a que este “senhor” abandonasse o comando do país que arruinou por completo, e assim tentar solucionar uma situação gravíssima como esta que está criada. Se houve legitimidade, ou se a conseguiram arranjar, para invadir um país em busca de pseudo armas de destruição em massa, será que esta situação, onde Robert Mugabe é claramente uma arma de destruição maciça em pessoa, não existe essa mesma legitimidade. Onde para além do mais, a população nas últimas eleições demonstrou bem a sua vontade de mudança tendo dado o seu voto em força ao outro candidato, Morgan Tsvangirai.
Mas como à dias um jornalista, creio que americano disse, nunca existiu uma guerra para defender os direitos humanos, mas sempre para defender os interesses económicos. Sendo assim, basta aos zimbabueanos tentarem fugir deste inferno, e procurar auxílio nos países mais próximos do seu, e assim tentar sobreviver.

Triste este Mundo em que se vive, onde o dinheiro comanda tudo e todos!